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3.11.13

Ongaku to Hito (Novembro de 2013)

Os scans da revista Ongaku to Hito, lançada no dia 04/10/2013, foram publicados pelo tumblr bbitetoall aqui. A revista traz uma entrevista com o Ruki, que foi traduzida por heresiarchy.

Ruki fala sobre o BEAUTIFUL DEFORMITY e expõe alguns problemas da banda que acabaram levando à produção desse álbum. Veja abaixo a tradução em Português. Também incluí a tradução em Português da música UNTIL IT BURNS OUT, que é citada na entrevista.

Ongaku to Hito - Novembro de 2013
Entrevista com o Ruki

Tradução Japonês-Inglês: heresiarchy
Tradução Inglês-Português: Ruby (Denise)

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"Eu notei que dentre os membros havia um descontentamento com relação à banda. Que eles não conseguem fazer as coisas espontaneamente, que eles sentem que pertencem a uma empresa chamada the GazettE."

—Quando essa revista sair, provavelmente você já vai ter finalizado a world tour.
“Sim, ela se sobrepôs um pouquinho com o nosso período de promoção.”

—Eu gostaria de perguntar sobre isso primeiro. Já faz um tempo desde a última vez que vocês fizeram uma turnê no exterior.
“Faz sim. Fizemos os lives há cerca de 6 anos. E nós estivemos na Rússia recentemente. O live foi bem divertido, mas como era de se esperar, chegar lá foi horrível. Quando nós chegamos, já estávamos cansados. (risos)”

—Mas há 6 anos, vocês se deslocaram bastante pela Europa, não é?
“Sim, mas tudo estava centrado nas casas de shows. É por isso que nós acabamos não gostando de ir pra lá. Porque a programação era tensa e nós ficávamos nos deslocando de ônibus. O ônibus ficava estacionado perto da casa de shows e nós éramos acordados pelas vozes dos fãs todos os dias. Então pra ser sincero, eu só tive memórias ruins daquilo (risos). E nós fomos convidados para vários eventos, mas nós recusamos.”

—Se foi tão complicado, por que foram dessa vez?
“Recentemente, há esse estado de espírito dentro da banda de que nós queremos algum tipo de motivação. Então nós pensamos em ir agora. Há um tempo nós temos feito turnês nacionais após o lançamento de um álbum e no verão nós temos participado de festivais, e isso tem se tornado algo bem comum, então nós queríamos fazer uma coisa diferente. Acho que pode-se dizer que nós decidimos ir para o exterior porque ficamos com vontade.”

—Mas não é só a questão de ir, né? Vocês estão prevendo ganhar algo como banda.
“Estamos sim. Agora é diferente de como foi há 6 anos. Agora, além dos CDs, há outras formas de se distribuir conteúdos, então também é mais fácil abranger o exterior. E assim, nós nos perguntamos como seria se fôssemos agora e nós também queríamos estabelecer um objetivo único para a banda.”

—Em particular?
“No fim das contas, eu acho que nós queremos nos tornar o tipo de banda que é convidada para uma turnê nos Estados Unidos. Nós não queremos ir para algum lugar e sim ser chamados para ir pra lá e essa é uma maneira de plantar sementes para esse tipo de coisa.”

—Vocês estão estabelecendo um novo objetivo para a banda.
“Sim. Mesmo que isso esteja se sobrepondo à promoção do álbum (risos).”

—A propósito, nesse álbum também há um objetivo novo, ou melhor, algum lugar para onde vocês estão indo com ele?
“Sim. Nós aprendemos muita coisa com o TOXIC e o DIVISION, então esse acabou se tornando um álbum completamente diferente. Aqueles dois estão bem inclinados para um certo caminho – ou eu deveria dizer que nós os fizemos de uma maneira bastante experimental, eles são álbums bem conceituais, então colocando isso de uma maneira simples, eles foram álbuns direcionados.”

—Vocês são uma banda que conseguiram chegar ao Tokyo Dome, então quais são as próximas coisas que vocês deveriam fazer? Eu sinto que tanto no TOXIC, quanto no DIVISION, vocês estavam procurando uma resposta para isso. Mas dessa vez a banda se moveu novamente para uma direção completamente diferente.
“Primeiramente nós decidimos o conceito de expressarmos as irregularidades de todos os cinco membros. É por isso que o título BEAUTIFUL DEFORMITY surgiu antes mesmo das músicas.”

—Traduzindo, é parecido com “belos hereges”.
“Sim. E dessa vez, todos os membros trouxeram músicas e nós fizemos isso de forma que nós não poderíamos completar o álbum até que todos tivessem uma música nele. Então os membros que normalmente não produzem músicas, também entraram. E nós também fizemos reuniões para selecionarmos as músicas até que todos concordassem com as coisas, então levou um certo tempo.”

—Então na verdade o foco estava em vocês cinco.
“Sim, é por isso que esse estágio foi diferente do que nós fizemos antes de produzirmos o TOXIC ou o DIVISION.”

—Os dois álbuns anteriores foram uma inovação para a banda e eles realmente enfatizaram uma singularidade e também foram bastante desinibidos, não é? Mas esse é o oposto, é um álbum que vocês fizeram com um direcionamento para vocês mesmos.”
“É verdade. Não é sobre isso e aquilo a respeito da nossa posição nessa cena. É em primeiro lugar o que nós cinco somos.”

—Você é uma pessoa que possui um sonho para a banda, ou uma aspiração muito forte.
“Sou sim.”

—Quero dizer, já que você quer dar forma àquela aspiração de uma maneira mais apropriada, vocês fizeram esse tipo de álbum. É por isso que eu achei que você quis dar atenção à vocês cinco.
“Pra ser sincero, o DIVISION e o TOXIC foram álbuns feitos porque a situação da banda não estava muito boa.”

—Em outras palavras, eles são álbuns que foram feitos com você na liderança.
“Sim. Afinal de contas, quando você faz parte de uma banda por 10 anos, as preferências dos membros e o estilo musical tendem a mudar. E como eles são diferentes, nem todos são incluídos na banda – ou eu deveria dizer, há uma sensação de que não dá para incluir tudo. E conversando com todos durante a nossa turnê anterior, eu percebi que há descontentamento dentro da banda.”

—Com os outros quatro?
“Sim. Que da forma como a banda está agora, eles não conseguem fazer as coisas espontaneamente, que eles sentem que pertencem a uma empresa chamada the GazettE. Eu notei que existe esse tipo de insatisfação.”

—Por que você acha que eles acabaram ficando insatisfeitos?
“É por causa dos limites sobre a imagem da banda que foram criados ao longo do caminho. Coisas do tipo, que o the GazettE não é bom se não for dark. Que não é bom se a afinação não for realizada de uma certa maneira.  Há coisas que aconteceram espontaneamente durante os nossos 10 anos.”

—Mas a pessoa chave que criava esses limites era você?
“No fim das contas, era desse jeito. O DIVISION, em particular, foi assim. Foi tipo, ‘Se não tem outro jeito, então nós vamos fazer um CD só com as minhas músicas.’ Ele foi produzido com esse tipo de sentimento.”

—Você quer dizer que você estava em uma posição de muito controle sobre a banda.
“Nós sempre fomos uma banda em que muitas músicas foram feitas por mim, mas o Uruha e o Aoi também fazem músicas e, além disso, nós não somos uma banda onde você perguntaria quem é o líder. Mas desde um bom tempo, eu ando propondo e sugerindo muitas coisas. Dizendo coisas do tipo, ‘vamos fazer desse jeito’, ou ‘esses tipos de visuais são legais’, e essa é uma forma bastante audaciosa de produzir as coisas.

—E os outros quatro?
“Eles diriam, ‘Isso é bom.’ Então não é como se eu estivesse pressionando todo mundo, de jeito nenhum, é que eu venho com mais idéias do que os outros e tenho mais coisas que eu quero fazer e eu as levo. E eu acho que seria bom se houvesse uma oposição a isso e se existissem outras idéias. Mas quem mais leva as coisas assim sou sempre eu. E aí eu quero fazê-las logo, e como as coisas se aceleram...”

—…a banda ficou desse jeito.
“Sim. Mas nas bandas que eu gosto, tipo o LUNA SEA, é natural que o vocalista seja aquele que puxa a banda para frente, mas também há membros que possuem índoles bastante intensas e que não cedem ao vocalista e o compositor principal também não é o vocalista. Então como eu sou o vocalista, eu estou em uma posição de puxar a banda para frente, mas ter uma banda onde os outros membros participam, mas não ativamente...”

—Não é o tipo de banda que você imaginava.
“Exatamente. Não é interessante ter uma banda que só fica apoiando o vocalista. Eu quero que a nossa banda seja uma onde as individualidades musicais dos membros se choquem mais. Claro que eu digo com frequência que ‘Eu quero fazer desse jeito’, mas eu não quero que os membros só participem disso. Entretanto, eu percebi que as coisas ficaram desse jeito provavelmente porque há limites para essa banda chamada the GazettE.”

—Mas é assim que as bandas são, não? Além do mais, quando você toca em uma banda durante muito tempo, é normal que haja algum tipo de formato ou modelo estabelecido.
“Você poderia dizer que por sermos uma banda que tem 10 anos desde sua formação, uma banda que chegou ao Tokyo Dome, que esse é o padrão para o qual nós cedemos. Mas é por isso que mesmo assim, eu coloco tanto foco em coisas como o impulso que me levou até a música, em minha criança interior.”

—E aí você fez o TOXIC.
“Mas se eu fizer a música, o trabalho artístico e tudo dessa maneira, então naturalmente é isso o que os transformaria em uma banda de apoio. Claro que desse jeito as personalidades dos outros membros também não apareceriam nas músicas. Então nos arranjos, eles só fariam o que eu, que compus as músicas, disser para eles fazerem e tudo o que não estiver próximo a essa representação, desaparece. É isso o que é uma banda de apoio, não é? Eu me senti muito incomodado com o fato de que o the GazettE estava ficando assim.”

—O nome surgiu antes, mas eu acho que a imagem da banda que você sempre procurou é parecida com a do LUNA SEA.
“Porque aquele é o equilíbrio, ou a imagem de banda que eu quero. Porque a minha banda ideal é aquela onde os membros possuam sons individuais fortes, onde quando você escuta uma música, você consegue dizer ‘essa música é daquela pessoa’ e que quando você escuta o som da banda, você sabe que “aquele é ele”, igual o que acontece no LUNA SEA.”

—E esse é um álbum que possui esse intuito.
“É por isso que nós conversamos muito entre nós. Não apenas superficialmente. Nós nos perguntamos o quão longe nós poderíamos ir com esse tipo de idéia. Eu acho que esse é um álbum onde nós gastamos muito tempo em algo assim.”

—Essa é a primeira vez que você diz isso, mas você é uma pessoa que até agora tinha essa imagem de banda, e ainda assim eu sempre achei que a banda que você faz parte claramente não está nem perto disso. Eu acho que a sensação é que desde o Tokyo Dome, foi você em particular que liderou a banda e os outros só estavam lá.
“É isso o que o TOXIC e o DIVISION são.”

—Sim. É por isso que eu estou me perguntando sobre o que você pensou a respeito do fato de que a banda não estava se aproximando do ideal que você imaginou.
“Bem... não é divertido fazer assim. Não é que eu queira me destacarmais do que os outros nessa banda e eu acho que nós deveríamos ser uma banda onde nós cinco se sobressaiam. Mas tem esse lado meu que corre com as coisas... Afinal de contas, eu sou aquele que diz ‘Eu quero fazer isso’ e é claro que eu quero que eles acompanhem. Então... Eu acho que provavelmente há membros que perderam suas individualidades com tudo isso. E se os membros perderam o interesse em se incluírem e apenas solucionaram as coisas dizendo ‘Estou bem só acompanhando’, então provavelmente seria assim – eu desistiria de uma banda dessas. Se eles dissessem coisas do tipo ‘Ele disse que faria, então vamos deixar tudo por conta dele’. Mas, quero dizer, claramente não é assim.”

—De que maneira não é assim?
“Foi a insatisfação dos membros que eu senti durante a turnê anterior. Claramente há coisas que eles querem fazer também. E se há, então isso muda as coisas, não? Se é esse o caso, então eles deveriam trazer mais coisas. Pode até ser que existam limites para a nossa banda no momento, mas eu quero que eles façam músicas que extrapolem esses limites e eu quero ouvir essas coisas.”

—Ou seja, se vocês querem fazer algo, então traga.
“Eu notei algo sobre isso. Por exemplo, mesmo quando se trata de uma coisa que é claramente diferente do que a pessoa quer, a música que ela traz é de certa forma uma música que seria lançada em um single. E tipo, esse não é o seu ‘eu’ verdadeiro? Também tiveram vezes em reuniões para seleção de músicas em que eu pensei, ‘É isso mesmo o que vocês querem fazer?’ Eles provavelmente acharam que se não fizessem uma música que se encaixasse no estilo do the GazettE, ela não passaria na reunião.”

—Tem aqueles que, como você, rapidamente conseguem agir de acordo com o que eles querem, e aqueles que não conseguem, mesmo que eles tenham algo que queiram fazer.
“Nós tocamos juntos há 10 anos, então eu os entendo. É por isso que eu penso ‘É isso mesmo o que vocês querem fazer?’ e é por isso que quando eu digo, ‘Esse não é o jeito que vocês querem fazer isso?'  eles dizem, ‘Ah, tudo bem ser desse jeito?’ Talvez seja normal eles pensarem assim, ou talvez isso seja uma forma natural de fazer as coisas. Se a banda vai continuar, acho que precisamos de um tempo certo para fazer esse tipo de coisa. Então eu acho que é por isso que esse se tornou o tema desse álbum.”

—E eu acho que ele se tornou um álbum que alcançou o seu ideal.
“Fico feliz se for o caso. E é por isso que é a mesma coisa com o exterior e com nossas aparições em festivais tipo o Summer Sonic. Nós queríamos nos testar em um espaço diferente da nossa casa. O que nós podemos conquistar na frente de pessoas que não nos conhecem, em um lugar onde o visual kei se sente deslocado? Nos atrever a nos atirar em um lugar assim é bem típico da gente, não?”

—Mas para uma banda normal, poder tocar no Summer Sonic é como uma declaração de status.
“Não é assim. É mais no sentido de que nós podemos testar a força da nossa banda e capturar alguns fãs. É assim que nós somos e eu estou feliz que sejamos assim.”

—Você é uma pessoa que está sempre obcecado com a banda, não é?
“Mesmo se eu fizesse algum trabalho solo, eu provavelmente o faria em formato de banda, então não teria sentido em fazer trabalho solo. Porque o the GazettE é o que eu mais quero fazer e porque é um lugar onde eu conheço todos os pontos fortes dos outros membros.”

—E com isso, há o seu ponto forte.
“Eh, por que isso?”

—Mesmo que existam várias coisas sobre os membros que não andam da maneira que você queria, você consegue ter esse tipo de sentimento porque você não repreende, ou não faz nenhuma queixa.
“Ah, certo. Ou na verdade, é mais o fato de que eu acabo ficando preocupado. Quando eu apresento uma idéia de repente e prossigo com ela, eu me pergunto, ‘Será que os outros estão bem com isso?’”.

—Mas quando você compara a carga de trabalho com os outros...
“Eu tenho uma quantidade de trabalho impressionante, mas eu também gosto desse jeito, então pra mim não tem problema nenhum. Eu não me importo em fazer o trabalho de arte sem poder dormir e eu sei o quão incrível é o processo de finalização de um PV, porque eu estou presente no momento em que eles estão sendo editados.”

—Mas isso provavelmente é algo difícil de compartilhar com os outros.
“É sim. Mas mesmo que tudo isso seja parte da nossa banda, eles não estão interessados nisso e realmente é uma pena, sabe.”

—Você provavelmente tem um desejo forte de compartilhar até mesmo isso como banda, né? É divertido fazer isso sozinho, mas você gostaria de compartilhar isso com os outros também.
“Sim… Provavelmente é isso também.”

—Então fazer esse tipo de álbum foi algo essencial tanto para a banda, quanto para você pessoalmente.
“Eu acho que ocorreu de uma forma bem natural. Não é que nós pensamos ‘vamos fazer isso’ e então fizemos – é porque teve um momento onde nós achamos que nós conseguiríamos fazer isso agora, então nós fizemos.”

—Como foi completá-lo?
“Foi o melhor. Ele teve um senso diferente dos álbuns que nós fizemos até agora. Nós não tentamos visualizar um produto final, então é algo bem novo. Claro que isso é porque você consegue sentir que nós cinco o produzimos. Álbuns que foram feitos de acordo com o que eu imaginei, frequentemente tiveram partes problemáticas que apareceram de formas diferentes. Coisas que deveriam ter sido arranjadas um pouco mais. E afinal de contas, coisas que seguem um plano acabam se tornando tediosas.

—Porque o verdadeiro prazer de ser uma banda está em ser capaz de fazer coisas que você não conseguiria fazer se estivesse sozinho.
“Acho que aqui há um sentimento parecido com esse.”

—A propósito, minha música favorita desse álbum é a terceira, UNTIL IT BURNS OUT.
“Ohh.”

—O que você está cantando nessa música está ligado ao que nós estamos falando aqui, não está?
“Porque eu estou cantando sobre a banda, sim. Sobre a atitude da banda com relação ao presente e ao futuro.”

—Eu soube na hora. Resumindo é “Eu vou sonhar até eu me esgotar.” Uma música sobre um homem que não consegue escapar de um sonho sobre uma banda (risos).
“Sim. Muito genuíno (risos). Afinal… o meu maior medo é que aquele sentimento desapareça.”

—Medo?
“Sim. Há pessoas que acabam perdendo esse sentimento, embora elas estejam em bandas. Eu aprecio muito aquele impulso que me trouxe até aqui em primeiro lugar. Eu nunca quero esquecer os sentimentos que eu tinha naquela época. Eu tenho medo de que a minha motivação para entrar no meio musical e o meu motivo de estar em uma banda escapem de mim. Porque eu não quero me tornar uma pessoa que só vise as vendas sem nem perceber, ou que tenha como objetivo se tornar conhecido por todos.”

—"Eu digo para os dias de juventude para os quais eu não posso retornar/No futuro que ainda é incerto/Que eu vou continuar imaginando esse sonho"—só um cara muito romântico conseguiria escrever uma letra dessas.
“Hahaha. Mas pessoalmente eu também penso, ‘É só uma banda.’ Afinal, bandas não são uma coisa que você começa a fazer porque você curte muito? Não há necessidade de considerar isso como algo muito difícil. Então nós deveríamos estar nos divertindo e deveríamos ser capazes de expressar os nossos sentimentos.”

—Mas claro que há bandas que não conseguem continuar apenas com aquele tipo de pensamento simples. No fim das contas, trata-se de relacionamento entre humanos. Tanto para bandas que continuam, quanto para aquelas que estão acabando. Há relacionamentos grosseiros lá e relacionamentos frios. Mas é interessante, porque tudo aquilo se transforma em som.
“Exatamente. Eu sempre entendi que essa é a coisa mais importante. Nós também tínhamos um relacionamento grosseiro originalmente.”

—Acho que sim. Bandas que ficam tipo, “Visem o Tokyo Dome!”, normalmente são assim (risos).
“Mas quando você continua por dez anos, é normal que as coisas acabem sendo desse jeito. Então eu acho que um álbum assim era necessário e por causa disso, nós estamos em nossa forma mais apropriada como banda.”

—Se vocês saíssem em turnê no exterior quando vocês não estavam nessa forma, vocês definitivamente iriam brigar e se separar (risos).
“Mas nós fomos e uma coisa boa sobre nós é que a sensação acaba sendo como de uma saída de campo, ou tendo uma atmosfera de uma (risos). É divertido dormir juntos encolhidos no ônibus.”

—É mesmo? (risos)
“Nós ainda temos aquele humor de aluno de escola e nós essencialmente nos damos bem. Em outras palavras, nós não temos um líder. Ainda que esteja tudo bem se qualquer um pegar o papel de guia da banda. Acho que desse jeito é apropriado para nós.”

—É sim.
“Porque há cinco cabeças aqui. Não é melhor fazer as coisas com cada um usando a sua própria cabeça? Deve ser melhor do que tudo sendo feito por uma pessoa só e também parece que nós conseguimos fazer coisas interessantes desse jeito. Então fazer as coisas dessa forma deve ser bom.”


Tradução da letra de UNTIL IT BURNS OUT
Tradução Japonês-Inglês: trauma-radio
Tradução Inglês-Português: Ruby (Denise), com ajuda da Bion

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Uma vida evanescente
Nós escondemos o fim dos tempos em nossos sonhos sobrepostos
Mesmo agora o estímulo rodopiando aqui dentro
começa a fazer com que a minha mente enlouqueça

Em algum lugar ao longo do caminho, nós começamos a hesitar
Vamos olhar para o futuro onde nós destruímos a realidade
onde nós éramos impedidos
Nós unimos os nossos sentimentos e esquecemos as palavras
Almas refinadas
Heresia de alta voltagem

É o ultimo alicerce
Eu aposto a minha vida
Faço um som tedioso
Nós nos tornamos um
Rompa a parede

Uma vida evanescente
Nós escondemos o fim dos tempos em nossos sonhos sobrepostos
Mesmo agora o estímulo rodopiando aqui dentro
começa a fazer com que a minha mente enlouqueça

É delicado como o vidro
Eventualmente irá se quebrar
É por isso que ele possui mérito
Até que se esgote

É o ultimo alicerce
Eu aposto a minha vida
Faço um som tedioso
Nós nos tornamos um
Rompa a parede

A luz que colore esse cenário insubstituível
queima dentro de mim a significância de estar aqui
Até o último

Uma vida evanescente
Nós escondemos o fim dos tempos em nossos sonhos sobrepostos
Mesmo agora o estímulo rodopiando aqui dentro
começa a fazer com que a minha mente enlouqueça

Uma vida evanescente
Eu digo para os dias da minha juventude para os quais eu não posso retornar
que mesmo agora eu continuo imaginando o meu sonho
no futuro que rodopia aqui dentro

Então enquanto eu viver
Esse sonho não vai acabar
Rompa a parede
Nós nos tornamos um

Até que se esgote

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11 comentários:

Anônimo disse...

Kanashi! (.Y//^//Y.) Que entrevista,triste. Eu gostei das fotos! Obrigada pelo post! Ruby

Mymy :3

Anônimo disse...

Não achei a entrevista triste, pelo contrário, achei “libertadora”.

Alguns vão me odiar pelo o que vou falar agora, mas eu tinha uma má ideia do Ruki.
Eu tinha uma ideia do tipo que o Ruki queria controlar a banda e “f*da-se os outros membros”;
o que ele realmente pareceu que estava fazendo nos álbuns TOXIC e DIVISION, pelo que deu pra perceber nessa entrevista.
Mas o que ele quis fazer no BEAUTIFUL DEFORMITY foi exatamente o oposto, ao ter percebido o que tinha acontecido nos dois últimos álbuns;
o que eu achei maravilhoso, e desfez a ideia que eu tinha formado em relação ao Ruki.
Acho que de alguma maneira eu tinha sentido isso ao ouvir o BEAUTIFUL DEFORMITY, tem uma individualidade, uma coisa de cada membro no álbum.
Por isso que, apesar de não ter tido nada inovador, achei ele tão diferente, e gostei tanto dele.

No fim o que deve valer não é “[...] eles [os membros] não conseguem fazer as coisas espontaneamente, que eles sentem que pertencem a uma empresa chamada the GazettE.”;
e sim “É divertido dormir juntos encolhidos no ônibus. Nós ainda temos aquele humor de aluno de escola e nós essencialmente nos damos bem.”

É isso. Obrigado pela tradução da entrevista gigante Ruby! ^^"

Anônimo disse...

Concordo com o 2º comentário. E completando a ideia , digo que, mesmo na parte do Ruki dizendo : "Em outras palavras, nós não temos um líder." , ele não quis desvalorizar a liderança do Kai, apenas quis dizer que todos devem pensar como um. Todos devem pensar juntos.

Obrigada Ruby pela tradução. ^^

Sakura Tomura disse...

Nossa, altas revelações. Acho que se eu fosse a entrevistadora, me atiraria em cima do Ruki e choraria no final. LOL
Em fim, brincadeiras a parte, essa entrevista foi bastante esclarecedora.
Aliás, acho que eu posso entender o Ruki, e eu também não o culpo por querer fazer as coisas e passar dos limites pela euforia, eu nunca o culpei e sempre o entendi. Mesmo que de repente ele estivesse acabando com a banda aos poucos sem perceber, agente nota que não é isso que ele quer. Sempre que o Ruki fala do the GazettE eu sinto como se não houvesse nada mais importante na vida para ele, eu sempre enxerguei esse fervor e sempre soube que se há alguém que jamais deixaria a banda acabar, este seria o Ruki. Na verdade, talvez esse mesmo fervor tenha o levado a se precipitar.
Saber que de certo modo o Ruki estava desgastando a banda não me faz ter impressões negativas sobre ele, muito pelo contrário, afinal ele foi honesto ao ponto de notar que não estava certo do jeito que estava e deixar a posição de "diva mor" ao perceber isso, além de ter sido verdadeiro ao ponto de expor e admitir isso em uma entrevista, onde todos possam ver. Em outras palavras, saber disso só me faz admirar ainda mais o Ruki, a quem eu já admirava como profissional, e a quem vez ou outra revela ser também uma pessoa brilhante.
Além do mais, como eu já havia comentado, ao ouvir o BEAUTIFUL DEFORMITY eu realmente senti que estava diante de um trabalho feito por cinco pessoas, e eu realmente espero que daqui pra frente seja sempre assim. Quando eu conheci de fato o the GazettE eu percebi que eles eram diferentes de todas essas bandas do início de 2000 pra cá, como eles mesmos dizem, são de fato "hereges", e foi isso que me fez apostar neles e que continua me prendendo a eles até hoje. Fico feliz por cada passo que eles deram e realmente espero vê-los chegar aos 20 anos como uma banda tão esplêndida quanto o LUNA SEA (que muitos fãs de bandas atuais respeitam porém poucos conhecem de fato. Eu que sou de outros tempos, sou tão fã do LUNA quanto os membros do the GazettE, ou até mais. SAUHUHSAUSAUH).

Em fim, muitíssimo obrigada pela tradução! <3

~ Sakura

Anônimo disse...

Essa foi, na minha opinião, a melhor entrevista relacionada ao GazettE que eu já li.
Subiu bastante meu conceito em relação ao Ruki.
Eu sempre acreditei que o fato da maioria das composições ser do Ruki, era um fator determinado pelo próprio Ruki, mas pelo que eu li aqui, é muito mais uma falta de empenho dos outro membros e até um certo medo de desaprovação do Ruki (como no momento que ele cita que eles nunca tentam fugir do modelo de composição do próprio).

Anônimo disse...

eu sinceramente fico feliz di Ruki ter percebido isso n q eu n goste do geito como o Ruki escreve as musicas mas o divisio havia ficado muito doferente agora sei q o ruki e todos vão dar seu melhor XD (=^-^=)




Yuki(=^-^=)

Anônimo disse...

definitivamente posso dizer q o Ruki cresceu muito em 10 anos todos os membros cresceram, Acho q agora o the GazettE vai ter um caminho diferente. onde todos vão evoluir juntos acho q o the Gazette n vai se perder e todos vão poderdar seu melhor eu admiro muito o Ruki e o amor q ele tem por essa ben, sei q todos juntos vão revigorar o the Gazette XD




Yukki(=^-^=)

Anônimo disse...

obrigada Ruby pela tradução XD (=^-^=)





Yuki(=^-^=)

JessYiskah disse...

Em um grupo sempre tem aquele que consegue se impor mais que os outros. Não porque ele necessariamente tenha as melhores ideias, mas sim porque ele consegue se expressar e talvez os outros não tenham essa facilidade.
O Ruki é bom em criar. Não só em relação a música, mas em todo o resto (a arte toda digamos). Acho que isso deve inibir um pouco os outros. Tipo: "já que ele entende mais que eu, porque vou ficar me metendo".
É ótimo que o Ruki tenha conversado e percebido a insatisfação dos outros antes que isso gerasse algum sentimento ruim entre eles.
Lembro que quando os conheci eu gostei de ver que todos eles "apareciam". Eu não conhecia bandas assim.
Mas com Toxic eu também cheguei a ficar com essa imagem estranha do Ruki querendo sobressair entre os outros(ultimamente essa imagem mudou). Eu fiquei com esse sentimento mais forte assistindo ao PV de "The Suicide Circus" onde ele só aparece separado dos outros (Ruki passeando no parque enquanto os outros estão trancados no porão kkkk). Pode parecer bobagem minha, mas isso nunca tinha acontecido nos PVs anteriores...(Em alguns eles aparecem sozinhos, mas nunca Ruki em um lugar e os outros juntos em outro).
Divison melhorou um pouco, com músicas do Kai e Aoi, mas ainda não era diversificado.

Eu espero que eles continuem nesse caminho. Beautiful Deformity já foi um grande avanço. Mas a maioria das composições ainda são do Ruki e me parece que foi ele quem deu a ideia dos outros darem ideia (!). Então ainda é a cabeça do Ruki na maior parte do trabalho. Mas ele mesmo disse que gostaria que os outros participassem de todas as etapas do processo, seria legal se isso acontecesse.
Eu acho que eles podem avançar ainda mais se continuarem usando as 5 cabeças e quebrar o the GazettE = Ruki.

Eu entendi que ele quis dizer que não tem um líder que diz como será a música, visual etc, e eles discutem entre eles sobre essas coisas. Mas o Kai é o líder nas questões mais "burocráticas"... Eu acho...

(Eu só não entendo qual é a do Uruha nessa...Em Toxic ele compôs algumas músicas que entraram naquele conceito, então eu não entendo se ele tem o gosto parecido com o Ruki ou se ele se deixa levar pelas ideias dele e consegue compor o que o Ruki quer...? Como se o Uruha se adaptasse. E os outros não se adaptam e preferem nem tentar mostrar o que tem...[?] O.o )

Ok, escrevi demais >.< Tenho que parar com esses comentários gigantes... =/
Obrigada Ruby! o/

Anônimo disse...

Uau! Concordo com todos os comentários!

Mira disse...

Bem.... não esperava por estas revelações...

Mas por acaso, ao ouvir quer o TOXIC quer o DIVISION, sente-se a presença do Ruki, e o facto de quase todas as composições serem dele.

Em 10 anos de trabalho em grupo (seja numa banda ou não) há hábitos que se ganham, e a sensação que eu tenho é de que o Ruki é muito "para a frente", ou seja, tem uma enorme capacidade de criar, de imaginar e de realizar aquilo que imagina, e será isso que o leva a chegar-se à frente para tudo, a dar ideias e a "puxar" a banda numa direcção.

E provavelmente os outros membros foram-se deixando levar cada vez mais pela energia do Ruki, até chegarem ao ponto eu quem não se estavam a identificar com o trabalho realizado.

Ainda bem que todos eles perceberam a situação, que conversaram e que conseguiram encontrar uma solução democrática.

Mas, mesmo assim, acho que no futuro, irá haver uma maior participação dos outros membros a nível das composições (se bem que parece-me que o Reita não vai andar com muita vontade de compor xD), se bem que a arte deve continuar com maior responsabilidade por parte do Ruki e talvez mais músicas compostas por ele.

É esperar pelo futuro! :)

Muito obrigado pela tradução Ruby! :) **

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